Mdina - A Cidade Silenciosa de Malta

Situada no centro da ilha, esta cidade fortificada ergue-se sobre uma colina, oferecendo vistas panorâmicas sobre a paisagem maltesa. A história de Mdina remonta a mais de 4.000 anos, tendo sido palco de numerosos eventos históricos e culturais, desde os fenícios aos romanos, dos árabes até aos cavaleiros da Ordem de São João.

A cidade, fundada no século VIII a.C. pelos fenícios sob o nome de Maleth, foi inicialmente renomeada para Melite pelos romanos. Sob domínio romano, Mdina tornou-se a capital de Malta, devido à sua posição estratégica no coração da ilha.

Foi posteriormente, durante a época medieval, nomeadamente sob domínio árabe de 870 até à conquista normanda em 1091, que Mdina adquiriu grande parte do seu carácter urbano e arquitetónico. Os árabes introduziram novas técnicas de construção, bem como um plano urbanístico que favorecia ruas estreitas e labirintos de becos, características que ainda hoje definem o carácter único de Mdina.

Ao longo dos séculos, Mdina sofreu diversas modificações e reconstruções, especialmente após o terramoto de 1693, que resultou numa significativa reconstrução barroca da cidade. Apesar dessas transformações, Mdina manteve a sua atmosfera medieval, com os seus edifícios em calcário, antigas portas e fortificações que testemunham o seu passado histórico como cidade medieval.

Mdina foi durante muito tempo a cidade onde viviam as famílias nobres e ricas de Malta, daí o seu antigo apelido de “Cidade Nobre”. Com a chegada da Ordem de Malta em 1530, a importância da cidade diminuiu em favor de La Valette, a atual capital de Malta, que se tornou mais estratégica devido ao seu imenso porto. A cidade manteve o seu charme e parece agora congelada no tempo, o que lhe vale hoje o apelido de “cidade silenciosa”.

A cidade de Mdina está localizada no centro-oeste de Malta e faz fronteira com Rabat. Encontra-se a apenas 13 quilómetros a sudoeste de La Valette. Outrora uma posição estratégica, hoje é menos habitada pelos residentes. De facto, Mdina é a cidade menos populosa de Malta, o que lhe valeu o apelido de “Cidade Silenciosa”. Contudo, o seu carácter único faz dela um dos destinos turísticos mais visitados do arquipélago, atraindo numerosos visitantes que desejam descobrir o seu património cultural.

Mdina é facilmente acessível por transporte público, a paragem de autocarro encontra-se mesmo à frente da entrada da cidade, a apenas 5 minutos a pé. No interior das fortificações, o acesso a veículos é restrito, com exceção de um número limitado de residentes. Assim, é uma cidade que se visita exclusivamente a pé.

Desde o terminal de La Valette: pode apanhar um dos seguintes autocarros: 50, 51, 52, 53 ou 56.

Desde o aeroporto, o autocarro 201 oferece uma viagem muito longa mas interessante, ou pode também apanhar o X3.

Desde St. Julian’s, Sliema e Gzira: pode apanhar o 202 sem precisar de trocas.

Pode encontrar todos os horários dos autocarros no site oficial do Transporte Público de Malta.

Mdina faz parte dos locais imperdíveis para visitar em Malta, em parte graças à sua atmosfera única que confere um aspeto pitoresco com uma mistura de tranquilidade e serenidade. Vários pontos emblemáticos de Mdina estão para ser descobertos.

Fundada no século XII, esta majestosa catedral barroca ergue-se no local onde, segundo a lenda, o governador romano Publius encontrou São Paulo após o seu naufrágio em Malta.

A catedral original foi gravemente danificada durante o terramoto da Sicília em 1693, o que levou à sua demolição. Posteriormente, foi reconstruída num estilo barroco seguindo o design do arquiteto maltes Lorenzo Gafà.

Os bilhetes para visitar a catedral estão disponíveis no Museu da Catedral, localizado à sua direita e a apenas alguns metros de distância. O preço de entrada para adultos é de 10,00 €, enquanto a entrada é gratuita para crianças com menos de 12 anos.

O Palazzo Falson, conhecido anteriormente pelos nomes de Palazzo Cumbo-Navarra, Casa dei Castelletti e Casa Normande, é uma residência urbana medieval situada em Mdina. Construído por volta de 1495, é considerado um dos edifícios mais antigos de Mdina.

Inicialmente, foi erguido como residência familiar pela nobreza maltesa e leva o nome da família Falson. Hoje, o palácio está aberto ao público como museu-casa, oferecendo aos visitantes a possibilidade de explorar dezessete quartos repletos de objetos domésticos históricos e várias colecções de antiguidades. Nas suas paredes encontram-se tapeçarias, pinturas, móveis antigos e uma notável biblioteca que contém volumes raros.

O Palácio Vilhena é uma joia arquitetónica barroca construída entre 1726 e 1728 segundo os planos do arquiteto francês Charles François de Mondion. Este edifício emblemático foi erguido por iniciativa do Grão-Mestre Antonio Manoel de Vilhena, que desejava dotar Mdina de um palácio que pudesse servir de residência oficial, mas também de centro administrativo.

Desde 1973, o palácio alberga o Museu Nacional de História Natural, que possui importantes colecções em áreas como geologia, paleontologia, botânica e entomologia. Este museu é hoje um centro de investigação e educação em Malta.

Sem dúvida, passear em Mdina é uma das maneiras mais enriquecedoras de descobrir o vasto património histórico e cultural de Malta. Andar pelas suas ruas estreitas e pavimentadas, aventurar-se num labirinto de edifícios carregados de história, onde cada pedra conta uma história.

As robustas fortificações de Mdina recordam o importante papel estratégico que a cidade desempenhou ao longo dos séculos. Os miradouros situados ao longo das suas muralhas oferecem panoramas espetaculares da ilha, de onde é possível vislumbrar, ao longe, o azul do mar Mediterrâneo.

Logo do lado de fora destas muralhas históricas, é possível descobrir os Howard Gardens, um refúgio verde ideal para passear, relaxar ou até saborear um gelado com toda tranquilidade.

Por fim, é impossível visitar Mdina sem conhecer Rabat. As duas cidades, muito próximas uma da outra, são pequenas e podem ser facilmente exploradas num único dia. Visitar tanto Rabat quanto a Cidade do Silêncio (Mdina) enquanto se desfruta de um agradável passeio e se descobrem os recantos históricos que cada uma oferece constitui um programa de visita bem pensado e otimizado.

Em Rabat, é possível visitar a Domus Romana, ou Villa Romana, descoberta em 1881 nos arredores de Mdina. Construída no século I a.C. como residência aristocrática no seio da cidade romana de Melite, é um local onde se pode admirar mosaicos, estátuas e outros artefactos romanos excepcionalmente bem conservados.

Além disso, as famosas Catacumbas de São Paulo e de Santa Agata merecem uma visita. Fazendo parte de um complexo de passagens interligadas, utilizadas ao longo da história para o sepultamento dos mortos e a realização de rituais, estas catacumbas são consideradas o berço do cristianismo em Malta. Foi nelas que se estabeleceu a primeira comunidade cristã da ilha, fundada pelo apóstolo São Paulo, tornando este local num sítio de grande significância histórica e espiritual.

A oficina da Mdina Glass em Ta’ Qali, embora não esteja situada na própria Mdina, é um local imperdível. Fica a apenas cinco minutos de carro de Mdina. Lá, é possível observar mestres vidreiros em ação, criando peças únicas e artesanais.

Mdina Glass é uma empresa dedicada à criação de peças em vidro artesanais localizada em Malta. Ela perpetua uma tradição secular, preservando as técnicas antigas de fabrico de vidro, transmitidas de geração em geração.

Aqui estão alguns dos restaurantes recomendados para se alimentar em Mdina, que satisfarão uma ampla variedade de gostos e orçamentos.

O Fontanella Tea Garden é um dos estabelecimentos imperdíveis de Mdina. Frequentado tanto por locais como por turistas, destaca-se pela sua atmosfera acolhedora e pelas suas vistas panorâmicas espetaculares. Situado sobre as antigas muralhas da cidade fortificada, este café e jardim de chá oferece um refúgio de tranquilidade. É o local ideal para desfrutar de uma pausa antes de retomar o passeio pela antiga capital de Malta.

O menu do Fontanella Tea Garden é especialmente apreciado pela sua seleção de chás, cafés, bolos caseiros e, em particular, pela sua famosa tarte de chocolate, que conquistou o coração de todos os que a provaram. Para além das iguarias, também oferece algumas opções de refeições ligeiras e snacks, perfeitos para qualquer momento do dia.

Don Mesquita é um charmoso bistrô e bar de vinhos situado no coração de Mdina, oferecendo aos seus visitantes uma experiência gastronómica única. O local é popular pelo seu “Maltese platter”, um prato típico maltes que apresenta uma deliciosa combinação de antipasti, incluindo: ġbejniet (queijo de ovelha, fresco ou curado), zaitun (azeitonas), bigilla (pasta de favas), caponata de alcaparras e vários tipos de enchidos locais, como o salami maltês.

De Mondion, localizado no topo das muralhas de Mdina, é o restaurante gastronómico do luxuoso hotel The Xara Palace Relais & Châteaux. Um dos estabelecimentos gastronómicos mais prestigiados de Malta, premiado entre outros com uma estrela Michelin. Nomeado em homenagem ao arquiteto francês Charles François de Mondion, que teve um papel crucial no design barroco de Mdina, este restaurante não só oferece uma experiência culinária de topo como também vistas panorâmicas impressionantes da ilha.